sexta-feira, 10 de julho de 2009

Texto

Homenagem ao professor
Em um tempo muito antigo,
o velho sábio da aldeia, em volta da fogueira,
sem hora pra acabar, contava histórias do ciclo da vida para os pequenos de sua tribo.

Antes do tudo era o nada e do nada formou-se tudo o que há.
O céu e as estrelas, a terra, os peixes...
Assim ele falava, e aos pequenos encantava.
O som do vento ele imitava, tocando sua flauta.
Amassava folhas secas do chão,como o barulho do fogo.

Os pequenos interessados acendiam seus olhos,atentos ao que ele dizia.
E o velho falava que a vida do homem nasce como um rio.
E que corre como o sangue nas veias.
Da fonte vira riacho e às vezes encontra pedras em seu leito.
Como veias obstruídas, é preciso liberar disse ele.
Respirar, respirar.

O riacho passa por muitos lugares na terra, cresce,
vira rio e deságua no mar.
É preciso cuidar desse corpo e preservar esse lugar.

Mas a terra girou, girou muitas vezes.
O sábio morreu, outros vieram contar suas histórias.
O mundo se encheu de gente, muitas casas construídas umas sobre as outras.

A fogueira já não existe na aldeia, porque a aldeia cresceu demais.
Hoje as histórias são contadas na escola, com o tempo marcado pelos que um dia aprenderam com quem mais conhecia, como aquele sábio do passado.

Fedra

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